Sua mãe morrera no seu nascimento, deixando-a com o pai e o irmão mais velho. Eram uma família de posses, Isabel tinha tudo, todos os seus caprichos eram atendidos na hora em que os desejava. Apesar do mimo não se tornou uma moça antipática e prepotente, ao contrário, com seus 19 anos era considerada a moça mais meiga e bondosa de toda a região.
Era a mais cobiçada pelos rapazes, e alvo de quase todos os seus cortejos, porém tinha um namorado, Julio, a quem dedicava cada um de seus suspiros, e ele também à ela.
Seu maior sonho era se casar com ele, e morar em um campo vizinho ao do pai, porém sabia que aquilo era impossível, pois seu pai não gostava de Julio, e exigia que a filha se casasse com Adan, um rapaz frágil, de pouca saúde, que era filho do companheiro de negócios do pai de Isabel.
Não demorou muito e Isabel foi noivada de Adan, o que lhe trouxe grande tormento e desgosto, e também a Júlio, que prometeu matar o pai dela, e todos que interferissem no seu romance.
Isabel se casou com Adan, e com ele teve um filho. Júlio prometera matar o seu pai, e cumprira a promessa. E como mantinham um caso escondidos, quando o filho de Isabel completou seis meses, eles se foram, deixando o menino com o pai.
O seu plano de fuga foi simples. Uma tarde ela não voltou do passeio. Por mais que a procurassem a noite toda e as semanas seguintes ela não foi encontrada.
Meses depois ela voltou, apareceu de manhãzinha e encontrou o filho, já com dez meses, pouco mudara, tinha a mesma aparência frágil do pai, que morrera de desgosto e saudade doi meses depois de abandonado pela esposa.
Isabel, que tinha coração puro, deixara-se poluir pelo amor obsessivo, e retornara para o antigo lar. Ela sabia tudo o que acontecera durante sua ausência, e saiu de encontro ao filho, que aprendera a odiar, por ser fruto do casamento indesejado, e parecido com o pai.
O garotinho de olhos profundod, e cabelos louros como raios de sol, entava sentado em uma cadeirinha, próximo a porta de entrada e logo que vira a mãe lhe sorrira.
O nome dele era Maurice, o pequeno Maurice, como o pai o chamva. Isabel sentia repulsa cada vez que olhava para o menino, tão forte era a lembrança do desgosto que passara no maldito casamento.
Ela e Júlio tinham desejado todo o tempo acabar com o menino, que seria um empecilho na vida deles, já que ela teria que criar o menino, e castigo maior não existiria.
Eles raptaram Maurice, e o mataram. Depois disso fugiram e nunca mais ninguém os viu.
Dizem hoje que ela morreu abraçada a Júlio, em um rigoroso inverno, e que ao morrer ela levou a alma do amado amarrada junto ao seu coração, pois morreram juntos, ao mesmo tempo.
Agora sobre as campinas onde esse amos nasceu e cresceu, acredita-se escutar os risos do casal, feliz por estar junto, e o choro com lamento de um pai e um filho que tiveram suas vidas tiradas pelo amor de uma mesma criatura, que outrora fora leve e sensível como uma flor do campo.
Mariana.
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