segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Amor Destrutivo

Anna Tinha 25 anos e ainda morava na casa dos pais, era uma pessoa apaixonada, completamente romantica, alguns diziam que ela era um completa tola, que desperdiçava sua beleza atrás de meros livros fantasiosos, que mostravam amores falsos, que jamais existem.
Anna se recusava a aceitar isso, era filha de Roberto e Marta, seus pais era apaixonados, sempre foram, então porque não tentar algo como o de seus pais, o problema é que Anna não tinha tempo para namoros, já que passava os dias lendo seus livros.
Ela era uma mulher realmente bonita e muito inteligente, seus cabelos eram negros, como um pedaço do carvão mais puro, seus olhos tinham uma pitada de solidão, mais eram de um tom amarelado que jamais se vira em nenhum outro olhar no mundo inteiro, Seu corpo era um dos mais perfeitos em toda a cidade, sua beleza não era apenas exterior, por dentro era uma moça realmente muito inteligente, que sabia debater de frente com doutores e não deixava a desejar a nenhum deles, tinha cursado uma faculdade de Filosofia que infelizmente não lhe dera muito futuro no lugar onde morava, e por causa de doenças de sua mãe temia deixar sua casa. Todos aqueles anos na faculdade a fizeram analisar melhor todas as coisas, mais ao contrário do que acontece com todos, Anna passou a acreditar ainda mais nas coisas impossíveis de se provar, dos olhos verem, e isso era estranho para todos os professores menos para ela.
Todos os rapazes do lugar tentavam algo com Anna, mais sabiam que para conquistá-la teriam que ser muito bons, e preferiam as fúteis fáceis, do que as com conteúdo porém mais difíceis. Mas tinha esse rapaz, Maurício, que era realmente apaixonado por ela, tinha uma verdadeiro obsessão pela moça, a ponto de cursar a mesma faculdade que ela, apenas para se sentir e ficar mais perto dela, todos na cidade sabiam desse amor, e faziam troça de Mauricio, que agüentava a tudo com a maior tranqüilidade.
Anna sabia desse rapaz, mas infelizmente não era ele quem ela queria, o homem do qual ela precisava era aqueles que todos seus livros descreviam, e ela estava certa, em sua sabedoria, que um dia esse rapaz iria aparecer, e faria dela uma mulher muito feliz.
O que ninguém nunca imaginou é que a obsessão de Mauricio poderia ir tão longe. Ele realmente gostava dela, e sentia que ela fazia parte dele, de algum modo, como se soubesse cada pensamento dela, ele conhecia toda sua rotina, tudo o que ela fazia durante os seus dias, tinha lido todos os mesmos livros que ela, e isso para ele era delirante. Ele perdido em sua doentia obsessão começou a pensar que de um jeito ou de outro deveria tê-la, nenhum outro poderia conseguir seu amor, apenas ele, que era o perfeito pra ela.
E esses pensamentos doentios apenas piorara quando ele ficou sabendo que Anna estava namorando um primo que era da Capital, e que passaria alguns anos por ali por decorrência do estudo em matas locais, já que era um biólogo renomado, e que Anna estava realmente apaixonada por ele, a ponto de ter noivado e pretender marcar a data do casamento de ambos.
Mauricio decidiu que era hora de tudo isso acabar, que ela precisava ser dele, nem que ele tivesse que morrer junto com ela ou matá-la pra que isso acontecesse.
Ele Planejou tudo, até mesmo os mínimos detalhes de como faria. A pegaria durante seu passeio matinal ao redor da mata, que sabia que ela fazia sozinha, a levaria pra antiga casa onde seu falecido pai morava, que era isolada da cidade e estava vazia.
Ele fez tudo o que planejou duas noites depois de Anna marcar a data de casamento com Hugo, seu primo.
Todos procuravam por Anna, inclusive Mauricio, fingia que a procurava, para não levantar suspeitas de seu crime, ele chorava por ela, e dizia aos conhecidos que se soubesse que tinha feito aquilo que ele mataria sem nenhuma piedade, todos acreditavam nele, e ninguém suspeitava.
Anna passava os dias trancadas naquela casa escura, com cheiro de mofo no ar, comia pouco, e tinha raras oportunidades de ir ao banheiro para suas necessidades, para higiene muito menos, ela se sentia mal, se sentia fraca sempre, e sabia quem a tinha feito aquilo que era Mauricio. Mas ela também sabia que Hugo a encontraria, e que ambos casariam no final do próximo mês, é assim que acontece nos livros não era, pensava desesperada em seus momentos de pavor e desespero.
Ela não estava errada, Hugo a procurava como se procurasse a mais rara jóia existente no mundo, ele precisava dela, e nenhum mau caráter qualquer a tiraria dele. E ele desconfiava que poderia ser Mauricio o culpado desse crime, porque não era possível outra pessoa tê-lo feito, a não ser aquele sujeito que os vivia observando a todos os momentos e que ele sabia nutria uma antiga paixão por Anna.
Hugo decidiu investigá-lo por sua própria conta, e descobriu que ele sempre comprava comida em um restaurante, o interessante é que era muita comida somente para ele. As suspeitas dele somente aumentaram, ao ver que ele ia periodicamente a antiga casa do falecido pai.
Um dia Hugo o seguiu do restaurante, até a hora que ele foi na casa do pai, quando foi abrir a porta escutou gemidos e vozes, não poderia se enganar jamais, aquela era a voz de Anna, aquele bastardo estava com ela, prendendo-a. Ele abriu cuidadosamente a porta da casa que fora deixada aberta, e viu Mauricio abusando de AnnaMauricio.
Anna primeiro escutou aquele baque surdo, que a deixou tonta e atônita sem saber direito o que estava acontecendo, depois viu o Rosto de Mauricio desfigurar-se diante dela, e uma mascara de dor tomar conta de sua expressão. Ele saiu de cima dela e pegou o revólver que tinha ao lado em uma mesinha de cabeceira, virou atirando e quando ela viu era Hugo, que agora se ajoelhava com sangue saindo pela boca, ela teve vontade de morrer, e foi o que fez, tomou o revolver da mão de Mauricio, deu dois tiros nele e um em sua própria cabeça.
Os corpos dos três foram achados dias depois, quando um casal passava por perto e sentiu o mau cheiro que pairava pelo local.
Todos temem aquele lugar, pois dizem que Mauricio ainda vive por ali tentando se vingar de tudo e todos, mesmo que a única culpada pra ele tenha sido Anna, dizem que inúmeros carros sofrem acidentes naquele local, e que não é recomendável passar La nem mesmo dentro de um carro forte, pois Mauricio e sua Fúria de homem rejeitado podem tombá-lo.
É o que o amor faz em um coração doentio. Traz Destruição.


.Mariana

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